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Parte do acervo fotográfico do grupo Sistec é doado ao Espaço Cultural FUNEC

 

CARATINGA – Há imagens que não envelhecem. Permanecem ali, em silêncio, como quem aguarda o olhar de volta. E quando esse olhar chega – curioso, saudoso, atento –, é como se o tempo dissesse: “ainda estou aqui”. Na última quarta-feira (11), o passado reencontrou seu lugar de honra. Parte da história do Grupo Sistec foi entregue ao Espaço Cultural FUNEC: centenas de fotografias, antes armazenadas em arquivo, agora são acervo.

O gesto não foi apenas uma doação. Foi uma forma de devolver à cidade pedaços de sua própria memória, com a delicadeza de quem sabe que guardar também é amar.

“As fotos revelam mais do que rostos. Mostram o que as pessoas vestiam, os prédios que existiam, a cidade em transformação. Tudo muda, tudo evolui. E a fotografia registra esse percurso com uma força impressionante”, afirma Solange Araújo, diretora executiva da UNEC TV.

Impressas sobre papel, essas imagens resistem ao ritmo acelerado da vida digital. São fragmentos de um tempo que não cabe em stories de 24 horas. Elas documentam décadas de atuação jornalística do Grupo Sistec – especialmente por meio do Jornal e da Revista Caratinga – e chegam agora ao acervo público com novo significado.

“É como se a história tivesse encontrado um endereço com identidade. O que antes era memória guardada, agora é memória compartilhada”, define Neyde Rihan, integrante do Grupo Sistec.

O material inclui registros marcantes de coberturas jornalísticas, eventos comunitários, momentos políticos e culturais. Parte desse trabalho passou pelas lentes sensíveis de dois profissionais que, hoje, atuam na emissora UNEC TV: Wanderlei Otoni e João Batista.

“O acervo fala por si. Tem cor, tem textura, tem história. É o tipo de legado que ultrapassa o individual e ganha dimensão coletiva”, observa Verônica Moreira, presidente da Academia Caratinguense de Letras (ACL).

 

A entrega ao Espaço Cultural FUNEC representa mais do que a preservação de documentos visuais. É uma reafirmação do papel da imprensa na construção da memória social, cultural e afetiva de Caratinga.

“Receber esse acervo é uma honra, mas também uma responsabilidade. A FUNEC se compromete a cuidar desse material com o respeito que ele merece. Porque a memória não deve ser apenas guardada – ela deve ser acessada, estudada e celebrada”, diz Sanderson Dutra, diretor executivo da FUNEC.

O Grupo Sistec segue em atividade. Continua produzindo, registrando, contando a história do presente. Mas agora, parte do que já foi vivido ganhou repouso digno e público. Um gesto que traduz o essencial: preservar é fazer com que o tempo possa ser revisitado com dignidade e com beleza.