Começa a faltar combustíveis nos postos e Correios suspendem envio de Sedex
DA REDAÇÃO – A greve dos caminhoneiros contra os recorrentes aumentos no preço do óleo diesel, com fechamento de estradas em todo o Brasil, começa a causar impacto. Ontem, faltou combustíveis em vários municípios de Minas Gerais e também os Correios suspenderam o envio de Sedex.
Nesta quarta-feira (23), foi registrada falta de combustíveis em várias cidades do interior, inclusive em postos na região de Manhuaçu e cidades vizinhas. Em Manhuaçu, grandes filas se formaram em postos das ruas Luiz Cerqueira e Felipe Nacif, como também nos que estão às margens da BR-262. Em Durandé e Luisburgo havia comprometimento no abastecimento. Em outras localidades, como Lajinha, houve filas para abastecer.
Em nota divulgada ontem pelo Sindicado do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Minaspetro), “os bloqueios nas rodovias que cortam o estado, em especial a BR 381, onde está instalada a Regap (Refinaria Gabriel Passos), impedem a chegada dos produtos que compõem os combustíveis revendidos aos consumidores; em consequência disto, as bases das companhias distribuidoras estão fechadas, acarretando no não reabastecimento dos postos que operam na RMBH e no interior do estado”.
Ainda segundo a entidade sindical, está próximo o cenário de desabastecimento geral dos postos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e em outras localidades do estado, caso os bloqueios permaneçam nas estradas.
Desde a segunda-feira (21) os protestos dos caminhoneiros tem gerado caos aos motoristas que precisam passar por importantes rodovias do Brasil. Em Minas Gerais, as manifestações paralisam, parcialmente, as BR’s 040, 381, 262, 050, 151 e 116.
CORREIOS SUSPENDEREM ENVIO DE SEDEX
A paralisação dos caminhoneiros em mais de 20 estados atingiu até as postagens nos Correios. Ontem, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos suspendeu temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Em comunicado, os Correios informaram que a paralisação também tem gerado “forte impacto” e atrasos nas operações da empresa em todo o país.
“Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços Sedex e PAC [entrega não expressa], bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve”, diz o texto.
No mesmo documento, os Correios informam que “toda a logística brasileira” sofre prejuízos em decorrência da paralisação dos caminhoneiros, iniciada segunda-feira (21).
A operação dos Correios envolve mais de 25 mil veículos, 1.500 linhas terrestres e 11 linhas aéreas de norte a sul do país. A empresa entrega mensalmente cerca de meio bilhão de objetos postais, entre eles 25 milhões de encomendas.
“Os Correios estão acompanhando os índices operacionais de qualidade de toda essa cadeia logística e, tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população”, acrescenta a nota.