CARATINGA – Na tarde dessa terça-feira (21), funcionários da segurança pública realizaram um protesto na porta da Delegacia Regional de Polícia Civil para protestar sobre a recomposição salarial da classe.
Sargento Cassius, que é bombeiro militar e diretor regional da Associação dos Praças do Interior de Minas Gerais, explicou que a manifestação aconteceu em várias cidades do estado para falar da situação em que se encontram de sete anos sem recomposição salarial, com uma defasagem de 41,6 %. “Queria frisar que é a recomposição de perdas inflacionárias, não estamos falando de aumento. Assim como o salário mínimo aumenta todo ano, o nosso salário também deveria aumentar. Em 2019, o Zema fez uma proposta recomposição, uma negociação, no qual ele faria três parcelas, ele mesmo vetou após aprovado na assembleia Legislativa de Minas Gerais, deixando passar apenas uma delas. Ele faltou com a sua palavra causando essa situação de desgaste”, destacou Cassius.
Ainda de acordo com o sargento Cassius, além da situação da recomposição, o governador também passou um projeto de lei que altera diretamente a estrutura do IPSM (Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais) e Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais), que vai afetar diretamente a retaguarda de saúde dos profissionais de segurança pública. “Isso é um atentado muito sério, temos situações de suicídios, de pessoas com problemas psiquiátricos que vão perder seu apoio a saúde, o seu plano de saúde, numa situação que já está catastrófica. O Zema está encaminhando para uma situação completamente insustentável, que pode culminar inclusive com rompimento institucional, onde a pessoa pode chegar a cruzar os braços, isso aí está nas mãos do Zema e ele está ignorando e brincando com essa situação”.
Sobre os trabalhos que estão mantidos pela classe, Cassius disse que estão fazendo apenas o que está na lei. “Estamos fazendo aquilo que a lei determina, viaturas que estão estragadas estão sendo baixadas, a gente não está segurando mais nenhuma dificuldade desse tipo, não estamos saindo com materiais que estão vencidos, estamos fazendo apenas o que é nosso dever por lei, não estamos fazendo vistorias além do normal, nenhum tipo de ordem de serviço, além do necessário, justamente por esse desrespeito constante que o Zema tem tido com a gente. Ele teve a coragem de fazer uma proposta de recomposição de 3,62%, que não recompõe nem mesmo a inflação do ano passado, que foi de mais de 4%, numa situação, na qual estamos com 41,6% de defasagem salarial, e na qual ele acabou de dar 300% de aumento para ele e seus secretários”, relatou.
POLÍCIA CIVIL
O policial civil Diego Oliveira explicou que a classe de reuniu de forma ordeira para mostrar o que está acontecendo. “Entendo que o governador em suas falas que jogar a sociedade contra as forças de segurança e a gente precisa mostrar que não é isso. Estamos fazendo aquilo que é nossa obrigação, muitas vezes a Polícia Civil leva presos ao presídio com uma pessoa só, desconsiderando totalmente a supremacia da força. A Polícia Civil corre atrás para que se compre equipamentos para que a sociedade não deixe de ser atendida, e o governo não dá esse suporte, então a única a única coisa que a as forças de segurança querem é serem melhores valorizadas, nessa questão do reajuste que hoje já está em 41%. O governador prometeu três parcelas e cumpriu apenas uma, está acontecendo um achatamento salarial”, disse Diego.
Ainda de acordo com o policial, o governador tem desrespeitado a segurança pública. “A gente está precisando ser valorizado pelo governador, que infelizmente parece não gostar de segurança pública, os discursos dele de falar que somos uma casta de privilegiados, a gente se sentiu totalmente ofendido com isso. Quero dizer que casta de privilegiados talvez seja aquele que recebeu mais de um bilhão de isenção do imposto e que também com isso financiou a campanha do governador, ou talvez seja aquele que nasceu num lar rico, que só precisou de acompanhar pai, não precisou acordar cedo para fazer um concurso público, as forças de segurança é concurso público, precisa estudar e não é fácil. Então estamos aqui para que a nossa voz seja verbalizada para entender isso. Mas o que esperar de um governador que lá atrás na primeira campanha falou que no norte de Minas uma empregada doméstica ganha R$ 400,00 e não gosta das forças de segurança porque somos funcionários públicos, e não daquele empresário que se o funcionário não estiver gostando passa no RH para ser mandando embora?”, indagou Diego Oliveira.