MANHUAÇU – Jessé Fernandes, 25 anos, foi morto na tarde da última sexta-feira (10). O crime aconteceu na Vila Cachoeirinha. A Polícia Militar fez rastreamento e prendeu dois suspeitos, 24 e 17 anos respectivamente. Os acusados são irmãos e pelos levantamentos, eles podem ter ‘errado o alvo’.
O CRIME
Na tarde de sexta-feira, a PM foi informada sobre o crime e uma guarnição foi ao local. Chegando na Vila Cachoeirinha, os militares encontraram o corpo de Jessé caído próximo a um portão. A Perícia Técnica da Polícia Civil foi acionada e após os trabalhos, liberou o cadáver para o serviço funerário.
Vizinhos disseram aos policiais que viram quando um táxi Prisma preto parou em frente à casa da vítima e dele desceram duas pessoas. Segundo essas testemunhas, um dos indivíduos falou ‘quero coxinha’. Assim que Jessé saiu para atender, foram efetuados disparos e a vítima caiu ao solo. Após o crime, os autores fugiram no táxi.
Os militares verificaram câmeras de segurança e identificaram o carro usado pelos autores. Foi feito rastreamento e táxi foi encontrado no bairro Santa Terezinha. Segundo o taxista, 33, ele recebeu ligação onde um passageiro solicitou ‘corrida’ até a Vila Cachoeirinha, pois precisava buscar uma televisão. O taxista informou que foi até a Rua da Paz, no bairro Nossa Senhora Aparecida, onde os irmãos entraram no táxi. Durante o percurso, um jovem, 19, também entrou no carro à pedido de um dos irmãos. Como são amigos, não queria que ele andasse a pé.
Ainda de acordo com o taxista, assim que chegaram ao endereço da vítima, ele o jovem ficaram dentro do carro, enquanto os irmãos foram até uma a residência e gritaram que queriam coxinha. Neste momento, um homem que mora na andar de cima, chegou à sacada e disse que não tinham ninguém em casa, porém os irmãos continuaram chamando e logo em seguida, o taxista relatou que ouviu dois estampidos.
Conforme o taxista, os irmãos voltaram correndo e o menor lhe ameaçou dizendo “do jeito que apaguei o cara, apago você também, toca o carro, toca o carro”. O taxista acrescentou que o outro envolvido disse pra ficar tranquilo e que não daria nada pra ele. Durante o percurso, o jovem, que havia pegado ‘carona’, saiu do táxi. Após percorrer algumas ruas e ainda levar o menor até uma casa, eles foram até a praça Martins Fraga, onde os acusados desceram do Prisma.
Logo em seguida, o taxista realizou uma ‘corrida’ e depois foi pra sua casa e comentou com a esposa que iria denunciar os autores. Ele disse também que não viu armas com os irmãos e que já fez ‘corrida’ para um deles e sua esposa.
Durante rastreamento, os militares conseguiram deter os irmãos. O mais velho negou o crime e jogou a autoria para o irmão, que é menor. O adolescente também negou o crime e disse que nem esteve no local.
Os irmãos foram conduzidos para Delegacia de Polícia Civil. O taxista também foi levado, mas ele foi ouvido e liberado.
‘ALVO ERRADO’
A primeira hipótese levantada pela polícia é que o crime seria motivado por vingança, mas o alvo seria o irmão de Jessé. Ou seja, mataram o ‘alvo errado’. “Assim que chegamos ao local suspeitamos que a motivação do crime fosse vingança. Primeiro porque ali era onde residia também o irmão de Jessé, suspeito de ter matado Adriana de Oliveira Mota, uma funcionária de um supermercado que desapareceu em abril deste ano e o corpo foi localizado queimado numa lavoura na Vila Cachoeirinha, próxima ao local dos fatos desta sexta. O irmão de Jessé era o principal suspeito”, conta Tenente Robson Xavier.
Jessé trabalhava com a venda de salgados e nunca teve passagens pela polícia e, de acordo com familiares e amigos, não possuía desafetos, o que reforçou a suspeição da polícia de que o alvo era o irmão dele.