Objetivo é ampliar a presença do produto no país asiático, que está descobrindo a qualidade dos cafés gourmets
DA REDAÇÃO – Expandir as fronteiras e prospectar novos mercados para a principal commodity do agronegócio mineiro, o café. Com este objetivo o Governo de Minas Gerais iniciou um conjunto de ações com o objetivo de ampliar a participação do café mineiro no mercado chinês.
Numa articulação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), 50 amostras de café especial torrado foram enviadas para o mercado do país asiático.
Todo o conjunto de amostras faz parte do Programa Certifica Minas Café, programa de certificação das propriedades cafeeiras no estado, coordenado pela Secretaria de Agricultura e executado pelas empresas vinculadas ao sistema (Emater-MG, Epamig e IMA).
As amostras foram entregues à consultora-chefe Li Xia, da Huixin Management Consulting, grupo representante e proprietário de cafeterias e lojas especializadas em cafés gourmet em várias partes do mundo.
As amostras, que já estão a caminho da China, serão avaliadas pelos analistas sensoriais de uma rede de supermercados, potenciais compradores da produção mineira de cafés especiais.
POTENCIAL DE MERCADO
Na terra do maior produtor e consumidor mundial de chá, o café vem abrindo espaço no gosto da população, estimulado pela chegada de grandes redes internacionais especializadas no consumo do café gourmet.
“É um mercado atrativo para os produtores mineiros. Ainda que o consumo individual seja pequeno e as exportações para a China representem pouco menos de 0,5% da receita de todo o café mineiro exportado no ano passado, o mercado vem sinalizando crescimento consistente ao longo dos anos. Tanto o volume quanto a receita podem alcançar números significativos se multiplicados pelo tamanho da população, que é a maior do planeta com mais de 1,5 bilhão de habitantes”, afirma o Secretário de Agricultura interino, Amarildo Kalil.
A Secretaria de Agricultura acompanha os dados de exportação do agronegócio mineiro desde 1997. Naquele ano, de acordo com a série histórica elaborada pela Seapa, Minas Gerais exportou pouco mais de mil sacas de café para o mercado chinês, alcançando receita de US$ 239,6 mil.
Duas décadas depois, o volume exportado em 2017 alcançou 44,2 mil sacas e receita de US$ 7,9 milhões. Em relação a 2016, os negócios fechados com o mercado chinês cresceram 15,1% na receita e 23,3% no volume.
Na avaliação do secretário Amarildo Kalil, o salto dado neste intervalo não é apenas de quantidade. “Vinte anos atrás exportávamos um produto considerado convencional para a época. Atualmente estamos conquistando o mercado internacional com cafés especiais, certificados e reconhecidos mundialmente pela sua qualidade”.
CERTIFICA MINAS CAFÉ
Coordenado pela Secretaria de Agricultura, o Programa Certifica Minas Café tem como objetivo assegurar a produção cafeeira do estado dentro de critérios de sustentabilidade econômica e socioambiental, visando à melhoria da produtividade e da qualidade do grão.
A certificação alcançada pelo produtor funciona como instrumento de valorização da produção; manutenção e conquista de novos mercados. Atualmente, 1,3 mil propriedades estão inscritas no programa.