SANTA MARGARIDA – Duas pessoas foram baleadas na madrugada de ontem. O fato foi registrado na rua projetada, distrito de Ribeirão de São Domingos, zona rural de Santa Margarida. A Polícia Militar fez rastreamento e conduziu um suspeito.
VÍTIMAS
A PM foi informada que Júnia Cristina Nunes, 27 anos, tinha sido atingida por vários disparos de arma de fogo e que ela estava sendo socorrida ao Hospital Dr. Jatyr Guimarães de Paula, em Santa Margarida. Uma guarnição foi até hospital para obter mais informações e tomou conhecimento que, além de Júnia, Elias de Oliveira Calincani, 23, também foi alvejado.
Elias foi ouvido pelos militares. O jovem disse que é o namorado de Júnia e que estava na casa dela quando aconteceu o crime. Elias relatou que uma pessoa entrou no quarto e efetuou os disparos. O rapaz contou que acordou com o barulho, em seguida, sentiu o cheiro de pólvora, tendo percebido que ele e a namorada estavam feridos. A respeito da autoria, Elias disse que viu um vulto de uma pessoa que subiu para a laje e depois essa pessoa fugiu. O jovem esclareceu que o teto da laje da casa está praticamente no nível da rua e que através da laje é possível acessar uma escada que leva até a porta da casa. Elias acrescentou que a porta não estava trancada, pois a fechadura está danificada. Por fim, o jovem disse que não tinha suspeito para autoria do crime, mas informou que o autor usava bota de cor preta.
MOTIVAÇÃO
Os militares também conversaram com algumas pessoas ligadas à Júnia e todas disseram que o suspeito seria um homem, 34 anos, que reside no córrego Pedra Branca, também zona rural de Santa Margarida. Segundo essas pessoas, Júnia e esse indivíduo viveram juntos por vários anos, mas ele não aceitou o final do relacionamento e chegou a fazer algumas ameaças. Um familiar de Júnia disse que enquanto ela viveu com esse indivíduo, chegou a ser agredida e que em determinada ocasião a PM foi chamada para intervir.
SUSPEITO
Após colher as informações, os militares foram até casa do suspeito, no córrego Pedra Branca, onde ele foi encontrado junto de sua mãe e de sua filha. O suspeito alegou que chegou em sua residência às 17h de quarta-feira (27), depois tomou banho, permaneceu no imóvel e foi dormir por volta das 21h30. Sobre o crime, ele negou autoria e afirmou que não possui arma de fogo e que também não saiu de casa durante a noite.
Espontaneamente o suspeito autorizou a entrada e militares vasculharam a residência, mas nada de ilícito foi localizado, porém encontraram uma par de botas cor preta e um jaqueta de couro, que foram recolhidos pelos militares. Os policiais também apuraram que nenhum dos veículos estacionados próximos à casa tinham sido usados nas últimas horas, pois os motores estavam completamente frios, mas observaram que a distância entre as casas do suspeito e da vítima é de apenas dois quilômetros. Outro fato que chamou atenção dos militares foi que o suspeito perguntou como seria o quadro de saúde de Elias, porém, os policiais tinham comentado apenas que Júnia tinha sido alvejada.
Já a mãe do suspeito contou que o filho chegou do trabalho e não mais saiu de casa. Ela relatou que foi dormir por volta das 21h, portanto, antes do filho, e que só acordou com a chegada da PM, que aconteceu por volta das 2h de ontem. Por sua vez, a filha do suspeito disse que o pai já teve uma arma de fogo.
Em continuidade as diligências, os militares foram até a casa de Júnia, onde observaram sangue sobre a cama e noutros cômodos do imóvel. Mais tarde Júnia recobrou a consciência e foi ouvida pelos policiais. A vítima disse que viveu durante 14 anos com o suspeito e que deste relacionamento nasceu uma filha, hoje com 11 anos. Eles se separaram há cinco meses e no último domingo (24) o ex-companheiro disse que se ela não ficasse com ele não ficaria com mais ninguém.
A vítima também afirmou que foi acordada com o disparo, em seguida, sentou-se na casa e viu o ex-companheiro dentro do quarto. Segundo a mulher, o homem portava um revólver e apontou a arma para ela, mesmo Júnia pedindo para que não atirasse, ele efetuou os disparos contra ela e Elias. Júnia finalizou dizendo que o autor usava bota preta, calça escura e jaqueta de napa, na cor preta. Devido essa afirmação, os militares mostraram fotos da jaqueta e das botas apreendidas na casa do suspeito, tendo Júnia confirmado serem as mesas usadas pelo autor no momento do crime.
De acordo com ficha médica, Elias foi atingido na perna direita, enquanto Júnia foi alvejada nas costas, na mão esquerda, além de braço direito e perna direita. Ambos continuavam internados até o final dessa edição.
O suspeito foi conduzido até a Delegacia de Polícia Civil para prestar esclarecimentos.