Aproximadamente um ano após a instauração de procedimento de projeto social (PROPS) e da reunião com as polícias militar e civil em Ipanema, visando a regularização dos procedimentos de responsabilização dos adolescentes em conflito com a lei, o Ministério Público apresenta à população o resultado da sua ação e as estatísticas obtidas.
Nesse último ano, foram realizadas 26 oitivas informais de adolescentes em conflito com a lei após notificação pela Polícia Militar (em boletins circunstanciados de ocorrência) ou pela Polícia Civil.
Durante as oitivas, para compreender a realidade destes adolescentes, a promotora de Justiça Nayara Campos traz como dados estatísticos, que 42% dos adolescentes foram apreendidos por ato análogo à crimes patrimoniais e 23% por atos análogos à delitos da lei de drogas.
53% dos adolescentes possuem entre 16 e 18 anos. 42% dos adolescentes sequer estão matriculados na escola. Dos que estão matriculados, 37% não é frequente. Apenas 11% são matriculados e frequentes na série regular.
46% dos adolescentes têm apenas a mãe como responsável pelo núcleo familiar; outros 38% têm algum outro responsável (ex.: avó, tia, etc); apenas 7% têm pai e mãe como responsáveis e apenas 7% têm apenas o pai;
32% dos adolescentes afirmou ser usuário de maconha (autodeclaração do adolescente). 53% dos adolescentes foram acompanhados apenas pela mãe ao Ministério Público.
Em relação à ocupação, 50% dos adolescentes não trabalham. 45% dos adolescentes afirmaram não ser acompanhado por nenhum órgão da rede de proteção à infância. 65% dos adolescentes ouvidos eram reincidentes na prática de atos infracionais.