*Franklin dos Santos Moura
Recentemente estamos assistindo um dilúvio de vídeos sobre “O Brasil que eu quero…”, o que provocou a motivação desse texto saindo dos holofotes televisivos e proporcionando uma reflexão sobre esse tema tão sensível.
Quantas reformas são necessárias? Quantos setores da sociedade agonizam na esperança de um amanhã melhor? Certamente são perguntas com respostas pontiagudas porque se prefere um discurso político (na maioria das vezes) e não um discurso voltado para a prática.
É nesse sentido que derramarei as palavras por aqui, ora conciliando o desejo e a prática. Comecemos pela função pública…política.
O “Brasil que eu quero” é um país onde os cargos políticos não fossem objeto de cobiça e oportunismo, mas sim uma nobre missão de representar os eleitores e construir uma agenda visando a transmissão de um legado que transcendesse o breve período de um mandato.
Tais cargos não seriam remunerados diretamente pela máquina pública, mas aqueles candidatos eleitos que fossem empregados se licenciariam dos seus empregos e continuariam a receber os seus salários. As empresas, nesse caso, abateriam tais custos das suas obrigações tributárias…. Por exemplo.
Para os casos de candidatos eleitos que não estivessem empregados, seria definido um teto, permitindo assim condições necessárias (e não excedentes) para suprir as obrigações financeiras e o sustento da família. Refletir sobre os demais pontos de uma reforma política ficam reservados a uma próxima oportunidade nesse veículo de informação.
O “Brasil que eu quero” teria ações para o presente e foco no futuro. Fomentaria a educação e a formação ética da sociedade, conciliando no âmbito da educação o esporte, a arte, a literatura e a cultura de uma forma geral.
A consequência de se investir de forma sustentável em educação seria permitir o desenvolvimento do campo científico em proporção maior ao que temos hoje, onde os jovens quando pensam em algo melhor (e possuem condições para tal) procuram universidades estrangeiras, e tais talentos dificilmente retornam ao Brasil para retribuir os benefícios de sua formação à Pátria.
O “Brasil que eu quero” teria a civilidade correndo nas veias, cantando o hino nacional, da bandeira, do Estado e do município, trazendo no mínimo a consciência histórica e social sobre o valor do lugar onde se nasce e compartilha a convivência.
Certa vez, quando cursava o 1º ano do ensino médio em 1992, o Professor de Matemática desabafou em sala de aula diante de um momento de descontentamento: “Se as mesmas pessoas que lotassem os estádios de futebol para torcer num clássico, se dispusessem a lotar os mesmos estádios para discutir os problemas da nação, os rumos e soluções seriam diferentes”. Após 25 anos, pouco ou nada mudou, se é que não cabe lamentavelmente dizer que foram construídos mais estádios, e olha que não tenho nada contra o futebol.
Não seria grave dizer que está difícil enxergar rumo diante de tantos acontecimentos no nosso Brasil, mas é triste dizer que não há um horizonte concreto que permita identificar como será o amanhã dos nossos filhos, netos e as gerações que certamente virão depois e não veremos.
Todavia, o discurso não pode se afogar embalsamado no pessimismo, mas sim alterar a moldura do “Brasil que eu quero” para o “Brasil que eu faço”, pois ao invés de correr, devemos caminhar, ao invés de discutir, devemos dialogar, ao invés de agredir, devemos respeitar e construir soluções que alcancem a todos, independentemente das diferenças e imperfeições que carregamos como seres humanos que somos. Afinal, “o Brasil que eu quero” é “o Brasil que eu faço”?
O primeiro passo começa em nossos lares, edifícios, comunidades, bairros e convivências mais próximas. Será que somos o exemplo do Brasil que queremos? A reflexão, sem esgotar o debate sem encerra com mais uma pergunta, sugestivamente para ser feita todos os dias: O que você fez por um Brasil melhor HOJE?