Em entrevista ao DIÁRIO, o deputado estadual propõe para a área da saúde, o oferecimento de consultas, serviços de enfermagem e vacinação permanente
DA REDAÇÃO- O deputado estadual Sávio Souza Cruz (MDB) busca seu sexto mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em entrevista ao DIÁRIO, ele apresenta suas propostas.
Sávio Souza Cruz nasceu em Belo Horizonte em 1957, filho do ex-deputado Lúcio de Souza Cruz e de Natalina Fonseca de Souza Cruz, já falecidos. É casado com Juliana Boaventura Figueiredo de Souza Cruz e tem um filho, Marcelo. É diplomado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Engenharia Metalúrgica, e é especialista em Engenharia Ambiental pela mesma universidade.
Em seu primeiro mandato como deputado estadual, afastou-se da ALMG para ocupar os cargos de secretário de Estado de Recursos Humanos e Administração (1999-2000) e de Planejamento e Coordenação-Geral (fevereiro a abril de 2000) de Minas Gerais. Foi também vereador por dois mandatos (1993-1996 e 1997-1998) e presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (1997-1998). Assumiu seu quinto mandato consecutivo na Assembleia de Minas em 2015.
A sua vida pública teve início em 1992, quando se elegeu vereador em Belo Horizonte. Na atuação parlamentar, assumiu seu quinto mandato consecutivo em 2015. O que lhe motiva a buscar uma reeleição?
O meu sentimento de dever para com a administração e o serviço públicos. Sinto que servir ao público, especialmente num cargo de decisão, é um dever do cidadão. E é também uma missão muito honrosa, da qual às vezes sequer me sinto digno. Pois a administração e o serviço públicos têm em vista o bem comum, o interesse de todos, e nada é mais nobre que o bem-estar coletivo, a felicidade possível de todos, esse ideal que nos impele a seguir sempre em frente.
O senhor tem experiência na pasta da Saúde, considerada uma das mais importantes do Governo. Quais são as maiores deficiências deste setor e quais são suas propostas?
Antes de assumir a pasta da Saúde em Minas, estudei a fundo a legislação referente ao Sistema Único de Saúde (SUS) e estudei também o amparo à Saúde oferecido por diversos países do chamado primeiro mundo, entre eles o da Inglaterra, que serviu de inspiração para o nosso. Posso assegurar que não existe em nenhum país um sistema de proteção à saúde igual ao nosso, que, nos termos da legislação, oferece tudo a todos, inclusive para imigrantes e turistas. Basta que esteja com o pé no território brasileiro para que uma pessoa tenha direito à assistência médica integral. Ora, o amplo espectro dessa cobertura é exatamente o nosso calcanhar de Aquiles. Como não existem recursos disponíveis para dar tudo a todos – acredito que nunca haverá, não há isso em nenhum país do mundo – a distribuição dos recursos acaba sendo desigual, pois quem tem acesso à Justiça entra com pedido acerca de tratamentos caríssimos, que oneram o sistema e desviam para uma única pessoa o recurso que poderia beneficiar muitos na fase da Atenção Básica. E é na Atenção Básica, disponibilizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que podem ser prevenidos e resolvidos cerca de 90% das demandas por atendimento. Na Inglaterra, quando alguém solicita um tratamento exclusivo, faz-se antes do atendimento uma pesquisa sobre quantos poderiam solicitar a mesma coisa. E o pedido é negado se, nessa estimativa, a conclusão for que os recursos disponíveis não darão para tanto. Minha proposta, diante de todo esse quadro, é fortalecer o atendimento à Atenção Básica, com o oferecimento de consultas, serviços de enfermagem e vacinação permanente. Esse é também o pensamento do candidato Adalclever Lopes, que pleiteia o Governo de Minas e para quem peço o apoio e o voto.
Qual a sua opinião sobre a reforma trabalhista?
Entendo que precisávamos de uma reforma trabalhista, assim como precisamos de reformas em várias outras áreas da administração e do serviço públicos. Mas não uma reforma como a que foi feita, uma reforma feita de afogadilho, sem ampla discussão, sem o envolvimento e a participação efetiva dos próprios trabalhadores. O resultado, no meu entender, deixou precarizadas as relações de trabalho e vulnerabilizada a condição do trabalhador. Isso tornou mais dramático o quadro de desemprego que estamos vivendo.
O que precisa mudar na reforma tributária?
Como acabei de mencionar, uma reforma precisa ser precedida de amplo exame, de amplo debate. Mas o que mais me preocupa é nosso sistema de tributação sobre o consumo, isto é, em tudo o que consumimos está embutida uma alta carga tributária. Esse sistema penaliza os mais pobres, porque eles acabam pagando os mesmos impostos que os mais abastados. Uma alteração nesse sentido, jogando, por exemplo, a maior incidência da carga tributária sobre o patrimônio e não sobre o consumo, obrigaria a que houvesse uma mais justa cobrança de impostos. Afinal, tratar com desigualdade os desiguais é parte da democracia, tratá-los igualmente é que é antidemocrático.
O senhor ocupou a pasta de secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O que o eleitor pode esperar de sua atuação em relação à defesa ambiental?
Tanto como vereador em 1993 como deputado a partir de 1999 e ainda como secretário de Meio Ambiente entre 2015 e início de 2016, minha conduta em relação aos temas ambientais foi a mesma e continuará a ser assim. Desde a Câmara Municipal de Belo Horizonte, defendi rigor no licenciamento ambiental, legislando a respeito e participando de órgãos de decisão como o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM). Rigor, mas não lentidão ou burocracia excessiva. Foi esse entrave no licenciamento o maior desafio que enfrentei na Secretaria de Estado e me sinto muito feliz por ter aprovado leis de alteração e deixado pavimentado o caminho para que os processos de licenciamento, sem deixar de lado o rigor técnico, tramitassem com mais agilidade e deixassem de travar o crescimento econômico. Seguirei na mesma linha se eleito para novo mandato, lembrando que já presidi na ALMG, por vários biênios, a Comissão de Meio Ambiente e a de Minas e Energia.
Em sua opinião, como o homem público deve se comportar
Penso que já respondi a essa indagação no primeiro tópico que me foi apresentado nessa entrevista. Sendo a administração e o serviço públicos um encargo de alta nobreza, o comportamento do homem público deve ter a mesma grandeza. Responsabilidade, compromisso, ética, trabalho incessante. Temos em Minas grandes exemplos de homens que fizeram isso, e eles, inclusive meu pai, Lúcio de Souza Cruz, são meu norte e meu exemplo.
Qual balanço o senhor faz da caminhada, nesta reta final de campanha?
Em níveis nacional e estadual, esta é uma campanha muito dividida e que sinto está sendo dolorosa para a população. São notícias falsas correndo nas redes sociais, promessas vãs na boca de alguns candidatos, o que vai concorrendo para um clima indesejavelmente pesado. Minha esperança é que esses dias finais contribuam para clarear os rumos e deixar mais tranquilos e mais serenados os eleitores para a escolha decisiva que terão de fazer. Ao Governo de Minas, o nome é Adalclever Lopes, um homem do diálogo e da conciliação, um homem de visão, perfeito para nosso momento. É para ele que eu peço o apoio e o voto.
Candidato, obrigado. Para encerrar, a última questão. Por que o eleitor deve votar em Sávio Souza Cruz?
Não digo que ele deve votar. O que ele deve fazer é consultar minha folha de serviços, conferir o que já fiz, conhecer minha trajetória, saber de minha formação e, aí então, avaliar e tomar sua decisão. Agradeço antecipadamente a todos que, depois dessa análise, decidirem pelo meu nome. Estou à disposição para servir com honradez por mais um mandato.