Três pessoas foram presas pela Polícia Civil, sendo que duas usavam pontos eletrônicos no momento da prova
CARATINGA – A Polícia Civil conduziu na tarde de segunda-feira (22) para a delegacia três pessoas que tentavam burlar o sistema de aplicação de provas de reciclagem para reaver a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Todo um aparato com pontos eletrônicos foi montado para que dois condutores infratores conseguissem passar nas provas.
Quando um condutor de veículos é punido com mais de 20 pontos na CNH, ela é suspensa, então ele precisa frequentar a autoescola novamente e ser submetido ao teste, que em Caratinga acontece no UAI (Unidade de Atendimento Integrado).
Conforme informações, Irenilton de Souza, da cidade de Timóteo, e José Jaime Rodrigues, de Caratinga, entraram para as cabines para fazer as provas, mas um funcionário do UAI percebeu que um deles tinha uma atitude estranha, parecendo estar conversando sozinho. Quando o funcionário resolveu verificar o que estava acontecendo, Irenilton levantou a camisa e mostrou que estava com equipamentos com microfone e escuta para receber as respostas corretas. Nesse momento, Jaime, que usava do mesmo mecanismo, também se entregou.
Ao conversar com os infratores, eles contaram que haviam pagado R$ 4 mil pelas respostas e veio a Caratinga montar o equipamento nos condutores, Josemar Barbosa de Amorim, representante da autoescola Santiago em Timóteo, que também acabou sendo preso.
Segundo o subinspetor André Gouvêa da PC, ainda existe um quarto participante no esquema, que seria um indivíduo de Belo Horizonte, responsável por passar as respostas. “As respostas eram mediante as conversas. O microfone ficava dentro da camisa, perto da boca. Tinha o equipamento de escuta, uma bateria reserva e o celular”, explicou o policial, ressaltando que o UAI não tem qualquer envolvimento com o esquema fraudulento.
Jaime, Irenilton e Josemar foram detidos em flagrante e enquadrados no artigo 311-A do Código Penal, que é de comprometer a credibilidade do certame ou conteúdo sigiloso, com pena de um a quatro anos de reclusão e multa. O delegado de plantão arbitrou a fiança de R$ 10 mil para que os envolvidos fossem liberados para responder o processo em liberdade. Os advogados de defesa dos acusados não quiseram se manifestar.