DA REDAÇÃO – Como parte da Semana Internacional do Café (SIC), compradores internacionais e parceiros participaram da “Trip to Origin”, que os levou às três regiões cafeeiras do estado: Matas de Minas, Mantiqueira e Cerrado. Neste segundo ano da iniciativa, a gerente regional do Senar em Viçosa, Silvana Novais, representou o Sistema Faemg nas visitas às propriedades das Matas de Minas, que incluiram fazendas de produtores assistidos pelo Senar Minas por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Café).
“É importante o comprador conhecer a região de origem dos nossos cafés. Indo até lá, ele fica sabendo como o cafeicultor atua e a forma de produção, vê a família trabalhando junto e enxerga de perto como o produtor leva a sério o pilar da sustentabilidade e o meio ambiente preservado. Ao acompanhar a ‘Trip’ neste ano, pude observar que o produtor também fica muito feliz de receber os compradores”, analisou.
A viagem à região começou após a SIC e durou três dias, com uma programação que incluiu visitas às propriedades cafeeiras e cupping. Além de Silvana Novais, a comitiva contou com torrefadores e compradores de café de países da América, Europa e Ásia, colaboradores do Sebrae e integrantes do Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas, Café Editora e Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA).
No primeiro dia, o grupo foi a Araponga, município cuja economia é baseada na cafeicultura. Lá conheceu a Associação de Cafés Especiais de Araponga (ASCA) e a fazenda Jardim das Oliveiras, da premiada produtora Simone Sampaio. Também foi realizado um cupping na propriedade de Édio Miranda. Foi a primeira vez que a Jardim das Oliveiras recebeu a comitiva e, de acordo com Simone, é preciso fazer esse intercâmbio mais vezes ao ano para a fidelização de clientes.
“Para nós da Jardim das Oliveiras, recebendo em nome da ASCA, foi muito gratificante pois tivemos contato direto com a outra ponta da cadeia do café. O grupo pôde ver as dificuldades do processo produtivo para valorizarem o produto, além de conhecer um pouco da história dos associados e participar do cupping. Ouvir o cliente falar diretamente conosco do nosso produto é ímpar, muito emocionante. Acreditamos estar no caminho certo”, comentou.
No segundo dia da Trip to Origin, a comitiva seguiu para Caratinga (foto ao lado), onde conheceram a fazenda Reunidas e Vila da Cascata. No último dia, foi a vez de Santa Margarida, com a fazenda Carmelito, cuja família é vencedora de diversos concursos, além de Martins Soares, na propriedade do cooperado e conselheiro administrativo da Coocafé, José Mário Ferreira Huebra.
Simone Sampaio e Édio Miranda, de Araponga, e Eliezer Carmelito, de Santa Margarida, são assistidos pelo Senar Minas por meio do programa ATeG Café. Inédito no estado, o programa atende 600 produtores das Matas de Minas e Sul do estado em 42 municípios. O objetivo é oferecer tecnologias e consultorias aos cafeicultores, visando ao crescimento da produção com qualidade e menor custo.
RECONHECIMENTO
Os locais visitados foram indicações dos integrantes do Conselho das Matas de Minas, por meio de uma articulação do Sebrae com a Café Editora. Para a secretária-executiva do Conselho das Entidades das Matas de Minas, Amara Alice Cerqueira, a Trip representa o reconhecimento do trabalho desempenhado pelo conselho desde 2010: a valorização dos cafeicultores e da região de origem.
“Tivemos um retorno muito positivo. Alguns compradores tiveram um contato muito próximo com os produtores e seus familiares. Nosso trabalho, desde 2010, é fortalecer o cafeicultor, criando mecanismos para ele seja reconhecido e prestigiado. A Trip to Origin, ao aproximar pessoas de fora do país dos produtores, além de contribuir para a visibilidade das Matas de Minas, é importante para essa valorização”, destacou.
MATAS DE MINAS
A região cafeeira das Matas de Minas envolve 63 municípios do Leste do estado, com uma área de produção de 275 mil hectares, onde atuam 36 mil produtores (a maioria com menos de 20 hectares plantados), responsáveis pela produção de 5 milhões de sacas anuais, segundo dados do Conselho das Matas de Minas. São gerados 75 mil empregos diretos e 156 mil indiretos.
O café cultivado na região é o arábica e os fatores que auxiliam na qualidade do café é a topografia montanhosa e irregular e o clima ameno. Nos últimos concursos regionais, estaduais e nacionais, a região obteve importantes conquistas e premiações.