(Parte II)
A Utilidade do Conhecimento
Não é segredo para ninguém que a aquisição e a assimilação do conhecimento nos oferece inúmeras possibilidades de mudanças e de transformações, podendo melhorar e facilitar a vida daqueles que o possuem, assim como transformar toda a sua compreensão de mundo e da realidade na qual estamos inseridos.
Para aqueles que buscam, ou têm, qualquer tipo de saber e/ou conhecimento, saibam que, conhecimento pode ser considerado sinônimo de responsabilidade. Quanto mais conhecimento temos, mais responsabilidades se tem, quanto mais conhecimento, mais cobrança se tem, quanto mais conhecimento temos, mais temos a oferecer e contribuir para com a nossa sociedade, na busca de um caminho para a melhoria da mesma.
Todo conhecimento adquirido por uma pessoa deve estar à disposição daqueles que precisam dele, e acredito que todas as pessoas ficam felizes ao perceberem que seu conhecimento em determinada área é útil para outras pessoas, além dela mesma. O conhecimento por nós adquirido não deve somente transformar a nossa vida e a nossa realidade, mas deve impactar, influenciar, e transformar a vida e a realidade daqueles que estão ao nosso redor.
Sobre as responsabilidades advindas do conhecimento, Tomás de Kempis, monge alemão do século XV, diz em um de seus livros que: “Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente serás julgado”.
Espera-se atitudes melhores daqueles que julgam ter algum tipo de conhecimento, espera-se atos e ações que superem as práticas das pessoas de senso comum. O convívio com pessoas, conhecimentos, e ideias novas, deveria fazer com que nos tornemos pessoas mais respeitosas, mais compreensivas, mais sensíveis à dor e ao drama das outras pessoas ao nosso redor. Mas, infelizmente, a maioria daqueles que, de alguma forma, buscam alcançar, ou adquirem um determinado conhecimento, vivem completamente alheios às responsabilidades que o seu conhecimento lhes trazem. Buscam o conhecimento impulsionados pela ostentação pessoal, pelo orgulho intelectual, esbanjando arrogância para com aqueles realmente precisam de seu saber. O conhecimento de tal pessoa, na maioria das vezes, é infrutífero, e de nada vale, perdendo toda a sua capacidade para transformação de vidas, em prol da arrogância e do orgulho intelectual de uma só pessoa.
Como temos usado o conhecimento que julgamos ter? Em que esse tal “conhecimento” tem nos tornado pessoas melhores? Estamos à altura do conhecimento que julgamos ter? Estamos usando o conhecimento que temos para a construção de uma sociedade e de um mundo melhor?
Tomás de Kempis ainda diz que, ao invés de nos orgulharmos pelos conhecimentos que adquirimos, nós deveríamos temer por eles: “Não te envaideças, pois, de qualquer arte ou ciência; antes, teme pelos conhecimentos que adquiriste.”
O conhecimento pode nos trazer coisas maravilhosas, mas também traz consigo responsabilidades. Que venhamos a assumir todas as responsabilidades advindas dos conhecimentos que adquirimos, buscando corresponder à altura dos saberes por nós adquiridos.
Que não venhamos nos esquecer que “a quem muito é dado, muito se lhe requererá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”, e que, diante dessas coisas, venhamos a fazer jus aos conhecimentos que adquirimos, pois nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que sabemos, e é através da aplicação de nosso conhecimento, e da transformação que o conhecimento causa nas pessoas, que poderemos fazer de nosso país, e do mundo, um lugar melhor. Cada um se empenhando e desempenhando aquilo que ama e conhece para o bem comum de todos.
Nosso conhecimento só é útil quando utilizamos dele para sermos úteis para outras pessoas, quando utilizamos dele para fazermos o bem para os outros, não somente para nós mesmos.
Wanderson Reginaldo Monteiro
São Sebastião do Anta – MG